A cidade de Belém foi confirmada como sede da 30ª edição da Conferência das Partes (COP-30), que será realizada em 2025 pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Para se adequar à proporção do evento, foi anunciada uma série de grandes projetos urbanos na Região Metropolitana Belenense, mas os projetos colocam em reflexão o fato de estarem em contraposição ao propósito da COP, com o risco de gerar danos socioambientais.

Para pensar sobre o tema, o Grupo de Pesquisa Grandes Projetos na Amazônia da UFPA realiza o Seminário Grandes Projetos e Saúde Ambiental na Região Metropolitana de Belém, nos dias 6 e 7 de julho, no Núcleo de Meio Ambiente (Numa) localizado no Campus Profissional.

A COP é um evento anual, realizado desde 1995, que reúne representantes governamentais, sociais e ambientais de todos os continentes para elaborar propostas e iniciativas de redução dos danos ambientais causados pelas mudanças climáticas. Para sediar um evento dessa magnitude, serão destinados cerca de R$5 bilhões para a idealização e construção de projetos urbanos, como transporte e espaços culturais. Mas especialistas apontam que estas grandes iniciativas possuem repercussões sociais, econômicas, culturais, políticas, ambientais e de saúde pública, que podem ter um efeito adverso na região amazônica se não forem pensadas de maneira crítica.

“As expectativas para a COP 30 são realistas, pois as mudanças climáticas envolvem fatores estruturais que só poderão ser modificados com alterações na forma de produção e consumo hegemônicos. Contudo o evento pode contribuir com a Conferência das Partes sobre o Clima, na medida em que elenca os danos e riscos socioambientais produzidos pelos grandes projetos na Amazônia e sua relação com a agenda climática, além de enfatizar, criticamente, que não encontraremos alternativas às mudanças climáticas numa somatória de grandes obras urbanas para Belém. Ao contrário, em muitos casos, elas são diametralmente opostas ao propósito da COP”, informa André Farias, coordenador do Grupo de Pesquisa Grandes Projetos na Amazônia.

Programação - O Seminário Grandes Projetos e Saúde Ambiental na RMB contará com mesas-redondas e palestras para debater os danos ambientais de grandes projetos, com base em três pontos: os grandes projetos realizados na Amazônia que impactam os ambientes urbanos, bem como os projetos de urbanização realizados nas cidades e regiões metropolitanas amazônicas; os efeitos dos grande projetos na saúde humana, fauna e flora na região amazônica e a possibilidade de pesquisadores de áreas afins, instituições e grupos sociais desenvolverem projetos que pautem a justiça ambiental.

Para o debate, serão convidados líderes de movimentos sociais e de grupos de pesquisa da UFPA, além de representantes de instituições de saúde para que sejam compartilhadas informações sobre os riscos produzidos pelos grandes projetos; a atuação de frentes de resistência contra esses projetos; as pesquisas e produções sobre o tema desenvolvidas dentro do espaço acadêmico da UFPA e a visão do Estado frente a essa problemática.

“O papel da universidade e da comunidade acadêmica é fundamental, pois aqui são produzidas pesquisas sobre a temática. Os docentes e os discentes têm experimentado alternativas práticas que podem ser compartilhadas com os grupos atingidos. Além disso, a comunidade acadêmica pode aprender novos caminhos para pesquisas e propostas de ação que sejam construídas em cooperação com eles”, afirma André Farias.

Para participar do seminário, basta se dirigir ao Numa nos dias 6 e 7 de julho, das 8h às 17h. A programação  completa será divulgada na página do evento. O evento não necessita de inscrição prévia, mas serão emitidos certificados de participação.

Serviço:

Seminário Grandes Projetos e Saúde Ambiental na Região Metropolitana de Belém

Data: 6 e 7 de julho

Hora: das 8h às 17h

Local: Núcleo de Meio Ambiente (Numa), localizado no Campus Profissional da UFPA

Outras informações na página do evento.

Texto: Jambu Freitas - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Arte: GPA