O PPGEDAM tem como política interna, normatizada por uma resolução do programa, que os alunos realizem a construção e apresentação de um produto técnico ou tecnológico, que é entregue ao final do curso pelo discente. São exemplos importantes de serem citados os seguintes produtos:
- Curso de Especialização em Zoneamento Ambiental Municipal (ZAM) – Barcarena, PA:
O curso em Zoneamento Ambiental Municipal (ZAM) foi uma iniciativa pioneira no Pará, viabilizada por um Convênio de Cooperação Técnica entre o PPGEDAM e a Prefeitura de Barcarena, financiado pelo Fundo Municipal de Meio Ambiente. O programa capacitou 40 técnicos municipais, integrando conhecimento acadêmico e técnico-operacional para a elaboração do Zoneamento Ambiental Municipal. Pela própria natureza do curso, o corpo docente formado predominantemente por professores do PPGEDAM também envolveu alunos do PPGEDAM. Com o apoio dos professores e discentes do PPGEDAM, os alunos do ZAM desenvolveram mapas e diagnósticos que subsidiaram a gestão ambiental do município. Os resultados do curso já são utilizados pelas secretarias municipais de Barcarena, servindo de modelo para outros municípios paraenses interessados em implementar metodologias semelhantes. Além disso, um livro com os produtos finais do curso e um atlas cartográfico serão publicados em 2025.
Impacto Econômico: Entendemos que curso de especialização reduziu a dependência do município de consultorias externas para a formulação de seu Zoneamento Ambiental Municipal (ZAM), garantindo autonomia técnica e eficiência na aplicação dos recursos públicos. A capacitação de técnicos municipais fortalece a administração pública ao melhorar a gestão do território e dos impactos ambientais, promovendo um desenvolvimento urbano planejado que, a longo prazo, atrai investimentos responsáveis e fortalece setores como o turismo sustentável e a agroindústria.
Impacto Social: A formação de 40 técnicos municipais não só aprimorou a governança ambiental, como também possibilitou um maior envolvimento das comunidades locais na formulação do ZAM. O curso incentivou a participação cidadã no planejamento territorial, promovendo transparência na gestão pública e garantindo que as decisões levem em consideração as demandas sociais e ambientais das populações afetadas.
Impacto Ambiental: A partir dos mapeamentos e diagnósticos produzidos pelos alunos, o município agora dispõe de uma base técnica sólida para a tomada de decisões ambientais. O ZAM orienta a ocupação do solo de forma sustentável, prevenindo a degradação ambiental e garantindo a proteção de áreas de preservação permanente, reduzindo impactos como desmatamento, contaminação de recursos hídricos e ocupação irregular de áreas de risco.
Impacto Cultural: A iniciativa valorizou o conhecimento técnico dos servidores municipais e o integrou ao conhecimento acadêmico-científico do PPGEDAM, criando uma metodologia inovadora e adaptada à realidade local. Esse intercâmbio reforça a importância dos saberes tradicionais e institucionais na formulação de políticas públicas, além de contribuir para a construção de um modelo replicável para outros municípios da Amazônia.
- Diagnóstico Territorial e Ambiental Participativo (DTAP) – Setor 4 Flúvio-Marítimo da Zona Costeira do Pará
O projeto foi contratado pelo BID e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) para subsidiar a elaboração do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro (PEGC/PA). Desenvolveu metodologias participativas inovadoras para diagnosticar o Setor 4 da zona costeira paraense, envolvendo pesquisadores do PPGEDAM, estudantes e técnicos de diferentes instituições. O DTAP do Setor 4 servirá como referência para futuras análises em outros setores da zona costeira do estado, contribuindo para a governança ambiental do Pará e a implementação da Política Nacional de Gerenciamento Costeiro.
Impacto Econômico: O projeto orienta o planejamento sustentável da zona costeira, promovendo atividades produtivas como pesca artesanal, turismo ecológico e manejo sustentável dos recursos naturais. Ao mapear riscos ambientais e propor diretrizes para uso adequado do território, estimula a geração de emprego e renda em setores sustentáveis, reduzindo conflitos fundiários e promovendo investimentos estruturais alinhados com a conservação ambiental.
Impacto Social: A inclusão das comunidades locais no processo de diagnóstico fortalece sua autonomia na gestão do território e na defesa de seus direitos ambientais. O projeto promove o empoderamento social por meio da participação direta na elaboração de políticas públicas, garantindo que as populações tradicionais sejam protagonistas na formulação de estratégias de governança ambiental.
Impacto Ambiental: O DTAP oferece diretrizes concretas para mitigar impactos ambientais na zona costeira, orientando ações para a preservação da biodiversidade, recuperação de áreas degradadas e proteção dos manguezais. Além disso, sua integração ao Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro reforça a resiliência ambiental do estado frente às mudanças climáticas.
Impacto Cultural: O estudo resguarda o patrimônio cultural e os modos de vida das populações ribeirinhas, quilombolas e indígenas que habitam a zona costeira. A valorização dos saberes tradicionais fortalece a identidade cultural dessas comunidades e permite que seus conhecimentos sobre o ambiente sejam incorporados em políticas públicas, garantindo um planejamento territorial sensível às dinâmicas socioculturais locais.
- Indicadores de Riscos Socioeconômicos e Ambientais na Zona Costeira do Pará
Esse projeto, financiado pelo CNPq, investiga os impactos das mudanças climáticas na zona costeira paraense, desenvolvendo indicadores sobre erosão, poluição e pressão antrópica nos manguezais. O levantamento de dados ocorre de forma participativa, com envolvimento direto das comunidades locais, garantindo que o conhecimento tradicional seja incorporado às análises científicas. Os resultados já geraram um Atlas Marajó, que foi distribuído para escolas públicas e comunidades envolvidas. O projeto fortalece a educação ambiental e subsidiará a formulação de políticas públicas para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Impacto Econômico: O projeto fornece subsídios para políticas públicas que assegurem a viabilidade econômica de atividades como pesca e agricultura em face dos impactos climáticos. Ao criar um banco de dados sobre os riscos socioambientais da região, permite o desenvolvimento de estratégias de adaptação que protejam os meios de subsistência das comunidades costeiras e evitem prejuízos financeiros decorrentes de desastres ambientais.
Impacto Social: A pesquisa fortalece o conhecimento das populações tradicionais sobre os riscos climáticos e as capacita para lidar com eventos extremos, como erosão costeira e inundações. A cartografia participativa permite que as comunidades se apropriem das informações geradas e utilizem esse conhecimento na defesa de seus territórios e na formulação de reivindicações junto às autoridades públicas.
Impacto Ambiental: O levantamento de dados permite monitorar a degradação ambiental ao longo da zona costeira, subsidiando a formulação de planos de mitigação. A conservação dos manguezais, essenciais para o equilíbrio ecológico e a captura de carbono, é um dos principais focos do estudo, garantindo benefícios ambientais para toda a Amazônia.
Impacto Cultural: A construção dos indicadores considerou o conhecimento local das comunidades quilombolas e ribeirinhas, garantindo que suas percepções e vivências fossem integradas à análise científica. Essa abordagem contribui para a valorização dos saberes tradicionais e sua incorporação nas estratégias de adaptação climática, garantindo a continuidade das práticas culturais locais.
-Indicadores Geográficos de Riscos de Impactos Climáticos na Zona Costeira Urbana do Pará
O projeto, financiado pelo CNPq, investiga os impactos climáticos em áreas urbanas de Marapanim e Maracanã, utilizando cartografia social e produção de documentários para registrar as vivências da população local. Também promove ações educativas em escolas públicas, ampliando a conscientização sobre riscos climáticos. O projeto resultou na criação de dois Atlas Ambientais adaptados para uso no ensino básico. Além disso, os indicadores gerados são utilizados por prefeituras municipais para monitoramento da erosão e poluição costeira.
Impacto Econômico: A pesquisa oferece dados essenciais para que os municípios costeiros desenvolvam estratégias eficazes de adaptação e mitigação, reduzindo perdas financeiras associadas a desastres ambientais. Além disso, o fortalecimento da governança ambiental cria um ambiente favorável para investimentos sustentáveis em infraestrutura e turismo ecológico.
Impacto Social: O envolvimento da comunidade na pesquisa e a produção de documentários sobre os riscos climáticos ampliam a conscientização pública e promovem mudanças comportamentais voltadas para a resiliência climática. As atividades em escolas incentivam novas gerações a se tornarem agentes ativos na conservação ambiental.
Impacto Ambiental: Os indicadores produzidos auxiliam no monitoramento da erosão, poluição costeira e impactos de eventos climáticos extremos. As prefeituras podem usar esses dados para aprimorar políticas de uso do solo e evitar ocupações em áreas de risco.
Impacto Cultural: O projeto documenta histórias e experiências das comunidades locais, transformando-as em materiais educativos que reforçam a identidade cultural e promovem o engajamento social na luta contra as mudanças climáticas.
- Volta Grande do Xingu: Água e Desenvolvimento Local
Esse projeto de pesquisa aplicada, contratado pela Norte Energia S.A., busca soluções para o abastecimento de água em comunidades rurais afetadas pela UHE Belo Monte. As ações incluem estudos geofísicos para locação de poços e a implementação de tecnologias sociais para captação de água da chuva, promovendo segurança hídrica.
Repercussão e Desdobramentos: A pesquisa impacta diretamente as populações de Altamira, Vitória do Xingu, Anapu e Senador José Porfírio, podendo ser expandida para outras regiões amazônicas. Os relatórios técnicos produzidos fornecem subsídios para políticas públicas de gestão hídrica.
Impacto Econômico: A implementação de tecnologias sociais para captação de água reduz os custos operacionais de abastecimento e minimiza a dependência de infraestruturas convencionais. A melhoria na segurança hídrica favorece a produtividade agrícola e pesqueira, além de impulsionar a economia local ao garantir um recurso essencial para o bem-estar da população.
Impacto Social: O acesso à água potável transforma a qualidade de vida das comunidades afetadas pela UHE Belo Monte, reduzindo doenças de veiculação hídrica e garantindo maior dignidade às populações locais. A participação das comunidades no projeto fortalece sua autonomia na gestão dos recursos hídricos.
Impacto Ambiental: As soluções propostas minimizam os impactos ambientais da construção da usina hidrelétrica ao reduzir a exploração de aquíferos e otimizar o uso de recursos hídricos locais. A captação de água da chuva e os sistemas de abastecimento planejados diminuem a pressão sobre os ecossistemas aquáticos.
Impacto Cultural: O projeto respeita e integra os modos de vida das comunidades ribeirinhas e indígenas ao adaptar soluções de abastecimento de água às suas realidades socioculturais, garantindo que as tecnologias implantadas estejam alinhadas às práticas e valores locais.
As cinco ações destacadas pelo PPGEDAM buscam mostrar o compromisso do programa com ações de ensino, pesquisa e extensão, voltados para a resolução de desafios socioambientais da Amazônia. Os projetos destacados estão alinhados à proposta da área de concentração e linhas de pesquisa do PPGEDAM, buscando sempre a interdisciplinaridade e sua forte conexão com políticas públicas e demandas sociais, que estão promovendo um impacto significativo nas dimensões econômica, social, ambiental e cultural.