Professor Gilberto explica que “o plano define o zoneamento do território da reserva, identificando áreas de uso comunitário, de preservação ambiental e zonas com usos conflitantes, além de estabelecer regras específicas para cada tipo de uso.
Também foi delimitada a zona de amortecimento (ZA), com orientações sobre o seu manejo, buscando reduzir impactos externos sobre o ecossistema protegido.”A elaboração do Plano de Manejo é considerada um marco para a Resex Cuinarana, que abrange uma área de 11.037 hectares. Refúgio da biodiversidade costeira e marinha do estado, a reserva protege ecossistemas fundamentais, como manguezais, restingas, dunas, várzeas, campos alagados, rios, estuários e ilhas fluviais — ambientes essenciais para o equilíbrio ambiental e a manutenção da vida das populações tradicionais.
Participaram ativamente da construção do plano o Conselho Deliberativo da unidade (Condel), formado por representantes do ICMBIO, da Associação Auremac, conselheiros dos polos das 16 comunidades usuárias da Resex, além de instituições como SEMAS, UFRA, IFPA, MPEG, SEMMA e a própria UFPA, por meio do NUMA.
A Resex Marinha Cuinarana é um exemplo de como a gestão participativa e o diálogo entre ciência, poder público e comunidades tradicionais pode fortalecer políticas públicas voltadas para a conservação ambiental e justiça social. Com o Plano de Manejo em fase final de elaboração, a expectativa é que a unidade se consolide como modelo de sustentabilidade e proteção da sociobiodiversidade amazônica.