No contexto de seus objetivos, o PPGEDAM traça como perfil de seu egresso profissionais capazes de desenvolver reflexões teóricas e estudos empíricos a partir do uso de métodos interdisciplinares de investigação científica apropriados para o exame de questões ambientais relacionadas à gestão ambiental, ao ordenamento do território e ao uso e aproveitamento dos recursos naturais, visando o desenvolvimento sustentável local, com foco no bem-estar das pessoas e das coletividades. Dependendo de seu campo de atuação, busca-se ofertar à sociedade docentes qualificados capazes de transmitir conhecimentos reflexivos e críticos sobre a trajetória da sociedade no trato interdisciplinar das questões ambientais; profissionais capazes de atuar no setor público e propor políticas públicas e modelos de gestão inovadores para qualificar a gestão ambiental, o ordenamento territorial e o uso e aproveitamento dos recursos naturais; profissionais capazes de atuar na iniciativa privada, em organizações não governamentais e do terceiro setor, particularmente na política organizacional e gestão de programas e projetos institucionais que tratem das questões socioambientais em que suas organizações estejam envolvidas; e agentes ambientais capazes de propor metodologias, tecnologias, programas e projetos inovadores de desenvolvimento sustentável para diferentes recortes territoriais.

O alcance dos objetivos traçados para o PPGEDAM pode, até o momento, ser expresso pelos números de mestres profissionais titulados entre 2009 e 2015 que chega a 121. Em termos de áreas de atuação, a pesquisa realizada em 2013 com 84 titulados indicam o destino desses mestres como sendo setor público ambiental (19); setor privado ambiental (06); docência (31); setor privado em geral (15); não vinculados ao mercado de trabalho (10); doutorado (06). Em 2014 mais 05 egressos do PPGEDAM lograram acesso a programas de doutorado na UFPA que se somando aos 06 de 2013 perfaz um total de 11 egressos em nível de doutorado, o que corresponde a aproximadamente 10% do total de titulados. Considerando que se trata de um mestrado profissional, onde um percentual de 90% dos discentes está engajado no campo profissional, o colegiado vem discutindo uma estratégia para incrementar a produção científica daqueles alunos/profissionais que não querem seguir a carreira acadêmica. Dentre os incentivos que o programa já realiza está o apoio financeiro, na forma de ajuda de custo, para apresentação de trabalhos em eventos nacionais; o lançamento de um edital anual para proposição de capítulo de livros em obras organizadas para divulgar resultados de dissertações e trabalhos de conclusão de curso.

O PPGEDAM discutiu em colegiado a necessidade de uma pesquisa para acompanhamento sistemático dos egressos. Esta discussão iniciou em 2013 e avançou no ano 2014. Em função da priorização das discussões sobre a revisão do regimento interno do programa e, também, das atividades curriculares, ementas e conteúdos programáticos, a pesquisa de egressos foi adiada para o ano de 2015, não tendo gerado mais informações do que aquelas já publicadas neste relatório em seções anteriores. Os contatos com os alunos egressos tem se dado até o momento por meio de contatos telefônicos e por e-mail solicitando informações específicas sobre o impacto do programa em suas atividades profissionais. Acompanha-se, também, por pesquisa no CV Lattes de todos os ex-alunos.

Acompanhamento de Egressos

Desde 2014 que o colegiado do PPGEDAM vinha discutindo a necessidade de uma pesquisa para o acompanhamento sistemático dos egressos. Esta discussão avançou e em 2016 foi realizada a primeira pesquisa de egressos e que deverá ser realizada a cada quadriênio. A finalidade da pesquisa é dar subsídios para a avaliação do curso em termos de seus objetivos e também para ajustes do percurso metodológico do programa.

De toda ordem, o acompanhamento dos egressos se dá, também, pelo acompanhamento do CV Lattes e por informações livres repassadas pelos mesmos para publicação na homepage do programa. No que se refere ao CV Lattes, destaque-se que há, na página do programa, um link permanente para o CV de todos os ex-alunos. Todavia, nem sempre os egressos atualizam seus respectivos currículos.

A pesquisa com os egressos se dá através de um questionário on line que é preenchido pelo próprio ex-aluno. Dos 120 egressos, a pesquisa captou, até a redação deste relatório, informações prestadas por 52 ex-alunos (43,3%). O estudo revelou claramente a diversidade da procedência do aluno em relação à área de conhecimento, e perpassa pela agronomia, administração, análise de sistemas, direito (ou bacharéis em direito), assistência social, biologia, ciências sociais, ciências ambientais, comunicação, economia, engenharia florestal, engenharia ambiental, engenharia civil, engenharia química, estatística, farmácia, filosofia, física, geologia, geografia, turismo, pedagogia, química e bacharelado em relações internacionais.

A variedade da formação graduada permite um debate interdisciplinar significativo e vai ao encontro da proposta do programa para a discussão e a ação inter, e transdisciplinar, sobre o meio ambiente e o desenvolvimento.

Do conjunto de egressos pesquisados, 83,7% trabalham na esfera pública, 6,1% em organizações de economia mista e 4,1% em organizações não governamentais. Do total de servidores públicos, 69,4% atuam no poder executivo, precisamente em prefeituras e secretarias de governo em nível federal (44,9%), estadual (44,9%) e municipal (10,2%), assumindo, inclusive, a titularidade de secretarias municipais de meio ambiente e de desenvolvimento. De fato, 46,9% dos egressos atuam em órgãos públicos de meio ambiente, 16,3% em órgãos e secretarias de desenvolvimento e 42,9% atuam na área educacional como professores e/ou gestores. Esta informação demonstra que o programa está atendendo justamente o segmento social a que se destina que são os gestores de meio ambiente e de desenvolvimento e, ainda, professores dos três níveis de ensino.

Do total de respondentes, 52,3% atuam como professores do nível superior e 25% no ensino básico, demonstrando que vários técnicos que atuam no governo também atuam como professores em universidades, faculdades, institutos de ensino superior e colégios. Destaque-se, neste ponto, que o PPGEDAM teve um convênio com o Instituto Federal de Ensino Superior do Pará (IFPA) para capacitar 24 professores entre 2012 e 2016. Esses dados demonstram que o PPGEDAM tem contribuído tanto na formação de gestores públicos ambientais e de desenvolvimento, quanto na formação de professores nos diversos níveis de ensino. Um ponto a se destacar nesse contexto é a multiplicidade de municípios de onde provem o aluno e agora egresso do programa. Excetuando Belém (19 respondentes) e Macapá (10 respondentes), os egressos atuam em municípios das regiões nordeste, sul e sudeste do Pará, além de outros estados, tais como; Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo. Há, ainda, uma egressa de fora do país, precisamente de Moçambique. Os municípios do estado do Pará são: Abaetetuba, Ananindeua, Breves, Bragança, Capitão Poço, Curralinho, Marapanim, Parauapebas, Rondon do Pará, Tucuruí e Vigia.

Por tratar-se de um estado de largas dimensões, a capilaridade do conhecimento gerado no programa em todo o estado do Pará é entendida como de fundamental importância. No caso específico dos egressos de Macapá, deve-se destacar o convênio assinado com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amapá que qualificou 18 técnicos ambientais entre 2014 e 2016, como já informado em outra parte deste relatório.

Um dado digno de nota, que a pesquisa revela é a existência de 13 egressos (25% dos respondentes) realizando curso de doutorado, o que demonstra que o programa não só qualifica para a aplicação prática do conhecimento, como também propicia o preparo necessário para que o ex-aluno siga na carreira acadêmica, ambos princípios fundamentais do mestrado profissional. No caso específico da área temática do PPGEDAM, acrescido do número de professores que realizaram o mestrado, trata-se de um transcurso natural de qualificação docente. Nesse ponto, chama-se a atenção para o número de artigos científicos em periódicos ranqueados pela área e livros, que foram gerados pelos discentes a partir dos trabalhos finais do mestrado.

Analisando o nível de satisfação pessoal e o impacto na atuação profissional que o PPGEDAM proporcionou ao egresso, a pesquisa revelou que para 92% dos respondentes o curso atendeu suas intenções pessoais e 86% as suas expectativas profissionais. Nesse ponto, os dados demonstram que antes de realizar o mestrado 31,9% dos respondentes ganhavam mais de seis salários mínimos, após a conclusão do curso, esse percentual subiu para 51% dos entrevistados. No mesmo sentido, um contingente de 16,3% ganhava entre três e quatro salários mínimos antes do curso e, após a diplomação esse percentual subiu para 29,8%. Isto explica, em parte, o alto nível de satisfação pessoal. Por outro lado, o grau de satisfação profissional pode ser expresso por alguns depoimentos espontâneos dos respondentes durante a enquete:

“O programa me permitiu desenvolver um produto que possa ser aproveitado na construção de uma política pública relacionada à questão do saneamento básico, conforme os preceitos da Lei Federal no. 11.445/2007” (Questionário 14).

“O Programa oferece proposta que contempla satisfatoriamente o aprimoramento do exercício da atuação profissional sem prescindir do rigor acadêmico” (Questionário 36).

“... pois me conferiu uma segurança maior no trato não só com as questões individuais e coletivas do Amazônida, como também sociais, econômicas e ambientais do território, além de haver possibilitado a internalização de conceitos e de orientações que me auxiliaram direta e indiretamente do desenvolvimento do meu trabalho em área finalística do Governo do Estado” (Questionário 50).

Clique aqui para ver o formulário que foi aplicado.